Magnitude.

- Sabe, Luca, conversando com Ana esses dias, consegui entender a magnitude do ácido.
- E ácido tem alguma magnitude, Pedro?
- Tem! Claro que tem. Tem muita magnitude.
- Explique-me.
- Pense em um abacaxi. Ele é apetitoso, suculento, cheiroso e gostoso. Você come o abacaxi com muita vontade, afinal, ele é um maravilhoso abacaxi, que mal pode te fazer, não é?
- Nenhum, Pedro. Nenhum.
- Aí é que te engana. O Abacaxi contém um alto teor de ácido, e esse ácido pode causar muitas lesões no teu organismo. Uma afta, por exemplo.
- Tá, mas o que tem de problema nisso?
- Luca, você gosta de aftas?
- Não, claro que não! Elas doem, ardem e causam um desconforto infernal!
- Então, o ácido causa isso, não o abacaxi...
- E o que tem de magnitude nessa porra toda?! Estás louco, Pedro?
- Luca, estou na mais perfeita sanidade. Tente entender a magnitude. Algumas pessoas são como ácidos, outras como aftas. No mundo em que vivemos, se fores um ácido você se dará bem, mas se fores uma afta, vai se ferrar. É como se fosse uma cadeia, entende?
- Mais ou menos...
- Um ácido age com cautela, só ferra com as coisas depois que a 'poeira baixou'. Ele é astuto e cuidadoso. Sabe muito bem a hora certa de fazer qualquer coisa.
- E a afta?
- Bom, a afta não é tão astuta, ela só sabe doer, incomodar, e não progride. Nem cicatriz ela deixa. Queres ser uma afta?
- ...
- Ana é uma mulher esperta. Um ácido muito do poderoso. Com uma micrograma de Ana já pode-se ter uma lesão forte.

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