Momento Poeteiro.


Sentimentos.

Aqueles que não se apagam, aqueles que não se busca, aqueles que não aparecem.
Aqueles que sinto, aqueles que vejo, aqueles que tenho.
Aqueles que desprezo, aqueles que repudio, aqueles que odeio.
Aqueles que vem, aqueles que vão, aqueles que ficam.
Aqueles que se quer, aqueles que não se imagina, aqueles que se deseja.
Aqueles que arrepiam, aqueles que amassam, aqueles que deixam marcas.
Aqueles de que se têm medo, aqueles que evitamos, aqueles que não correspondemos.
Aqueles que nos deixam loucos, aqueles que nos modificam, aqueles que nos transformam.
Aqueles que criam, aqueles que destroem, aqueles que julgam.
Aqueles que dominam, aqueles que nos tornam submissos, aqueles que fazem com que esqueçamos de tudo.
Aqueles que nos subjugam, aqueles que nos pré-conceitua, aqueles que nos torna fracos.
Aqueles que eram, aqueles que são, aqueles que serão.
Sentimentos, ou seja, você.

Simples como comprar pães na esquina.


Ah, o destino. Você acredita em destino? Predestinação? Sei que as respostas são varias. O destino deve ser algo incrível. Deve ser? Isso mesmo, deve ser. Eu não acredito nele, ele nunca fez nada para que eu acreditasse nele. Acredito sim em coincidência. Um dia me disseram que era controverso demais acreditar nas coincidências e não acreditar no destino, porque, afinal, as coincidências não passam de ações mascaradas do destino. Talvez seja verdade, talvez não. Não me importa, não vou acreditar de qualquer maneira.

Mas falávamos de destino. O destino é algo falho, agonizante, mortal e que, com relação aos que acreditam, todos amam. Imagine se a sua vida já estivesse escrita. Pense de forma literal, escrita em um caderno. Garanto que você teria a vontade de dizer para o autor “Bah cara, tu é sacana comigo né?”. Olhando por esse lado, até pode ser que esteja escrita, pois as historias da humanidade se resumem a poucos tipos, se comparado ao número de pessoas.

Mas então, se estivesse tudo escrito, de que adiantaria termos sentimentos como esperança, “garra”, força de vontade, amor, se tudo que a gente fizesse já tivesse um final programado? Esse deve ser um dos principais fatores que fazem com que eu não acredite no destino. Uma vida sem lutas, sem guerras, sem paixões perdidas e corações despedaçados, sem aventuras e emoções inesperadas, uma vida assim não teria a menor graça. Mas claro, deve haver as pessoas destinadas a passar por isso tudo, mas como saberemos? Afinal não há modo de se destinguir o destino da vontade.

Viva sua vida da sua maneira. Não espero pelo outros, e muito menos por alguém para lhe guiar. Precisa de um bom conselho? Procure um espelho, ele com certeza será seu melhor guia, afinal se há alguém em quem você pode confiar a sua vida, esse alguém é você mesmo. E não se esqueça, você não estava destinado a ler este Blog.

Se ela evoluir, será que isso me inclui?


Os tempos mudaram, o mundo mudou, as formas de vê-lo também. Os homens mudaram, e as mulheres também. O ponto onde quero chegar: A evolução. Não aquela chatice teórica que se estuda em biologia, mas a evolução das pessoas, dos pensamentos.
Se pegarmos tudo que engloba relacionamentos, desde cem anos atrás, há cem anos atrás o casamento era arranjado, os pais decidiam com quem as filhas iam casar. Passando um pouco essa fase, as janelas. Sim, elas eram palco pra um namoro, as meninas ficavam lá, escoradas nas janelas vendo os rapazes passar, grandes romances, a menina na janela e o rapaz na rua, que namoro! Logo em seguida, os sofás. Namoro só no sofá, com o pai no meio do casal. Mais tarde a liberação, a moça podia levar o namorado até o portão. Alguns anos se passaram, a mulher começou a ter mais espaço na sociedade, e o namoro começou a ser menos controlado, os casais já podiam sair juntos, andar de mãos dadas, mas sem extrapolar, até a época mais ácida de todas, os anos 50, 60, 70 e 80, não havia pudor, não havia vergonha. A moda era andar pelado, se entupir de ácido, e transar a vontade, namorar era a última opção. A transa era só mais uma diversão. Nos anos 90, o pudor veio à tona, as meninas, de uma hora pra outra, ficaram mais recatadas e conservadoras, mas não existia mais a história de sexo só depois do casamento, os namoros eram liberais e duravam mais. Agora, no século vinte e um, que desesperador. Namoro é uma coisa difícil de achar! Acha-se, mas poucos. A moda é ficar, contar quantas (os) pegou e/ou quantas comeu.

Grandes mudanças, muitas diferenças, muitas liberdades. Outro ponto visível é o ‘treinamento’ que as meninas ganhavam antigamente, era algo tipo: Vou me casar, ter filhos e cuidar da casa. Mamãe me ensinou a cozinhar, fazer tricô e limpar a casa, ela disse que tenho que ser uma esposa exemplar, esperar meu maridinho sempre com um sorriso no rosto, ser submissa a ele e nunca reclamar de nada.

Um pouco depois se aprendeu: Posso até ter namorado, mas primeiro tenho que pensar no meu futuro. Vou terminar minha faculdade, ter um bom emprego, ter minha casa, meu carro e meus bens materiais, e depois de tudo vou me casar.

Hoje se aprende: Se transar, use camisinha.

Bana... banaliza, banalizou.



Banalizei o tempo, o ‘ficar’, a paixão moderna, a cama e até o sexo, de certa forma, banalizei o sentimentalismo e até a minha mãe.

Coisas chatas não deveriam existir! Regrinhas básicas de coisas chatas, detalhes que ninguém, eu disse ninguém, se lembra, e coisas magníficas, que não tem sentido algum. Eu banalizo coisas assim.

Banalizo as pessoas, banalizo as coisas, os atos e o que dizem. Desespero-me quando alguém pergunta algo do tipo: “Por que tens um cone no quarto?!” ou “Mas por que queres um cone?”. Sinceramente, eu preciso de motivos pra ter um cone? Pessoas chatas, eu banalizo. Por outro lado, se elas não existissem, qual seria a graça da vida? Não sei, nunca vivi sem coisas chatas. Desde pequena, sempre tinha uma chatice, sempre. Eu era uma pirralha e já banalizava atitudes que eu via e coisas ridículas que as pessoas faziam.

Normalmente, as pessoas aceitam coisas chatas, convivem com a chatice e participam de situações banais, nem cito exemplos pra não comprometer. Não as julgo, mas sinto pena. Aceitam pra não fazer desfeita ou para não passarem por chatas. Algumas se divertem com a situação, outros não vêem a hora de fugir, porém participam. Não sei tu, mas eu banalizo as coisas com facilidade. De certa forma, banalizei o que faço, o que digo e o que penso.
Não leve nada em consideração, eu banalizei esse texto.

Uma breve História sobre alguém ou algo.


Era uma vez um bebê. Então esse bebê cresceu, se tornou um menino. Um menino chato por sinal. Ele só queria saber dele mesmo, e olha que ele só tinha três anos de idade. Mas a vida seria muito cruel para esse menino. Ainda no começo de sua vida o seu pai ganhou na Mega-Sena. Ficaram ricos e famosos, e seus pais foram assassinados um mês depois. Porém o advogado da família conseguiu salvar uma parte do dinheiro. Na verdade ele salvou tudo, mas cobrou cinqüenta por cento de honorários sobre o valor do bem em questão. Enfim, esse menino se tornou rico ainda com menos de cinco anos de idade e sem ninguém para criá-lo, a não ser seu irmão, que tinha dezessete anos na época, e como todos os garotos dessa idade, só queria saber de aproveitar a vida. Resultado: teve que se criar sozinho.

Seu irmão não fazia questão de lhe cobrar nada, mas havia uma governanta na casa, que fazia o seu melhor para deixar tudo em ordem e fazer com que o nosso protagonista tivesse um futuro descente, afinal aquele dinheiro não duraria para sempre. Então o menino cresceu mais um pouco, agora com seus doze anos, já começava a diferenciar as coisas. Certo e errado, bom e mau, menino e menina. Fazia como deveria ser feito, porém fazia sozinho.

Seu irmão se envolveu com drogas cedo, na verdade ele já estava envolvido antes mesmo de seus pais morrerem, porém agora ele não era apenas um utilizador, era também um vendedor, um projeto mal feito de traficante. Não durou um ano no cargo. Numa emboscada de um vendedor rival, acabou por levar oito tiros no peito e dois na cabeça. Nosso menino viraria homem sozinho.

Seus dezoito anos pareciam promissores. Apesar de ter perdido toda a família, ele conseguiu guardar um pouco do dinheiro ganho no passado, o que seu irmão não teve tempo de gastar. Ele estudava, fazia faculdade de direito, e tirava ótimas notas, alias, era um ótimo aluno em todos os aspectos. Todos ali sabiam de sua historia, então não estranhavam o fato dele ser tão quieto e perdido em pensamentos. Mas a verdade é que o nosso protagonista tinha planos.

Formou-se, fez graduações, mestrado, doutorado e agora, com trinta e um anos, se preparava para o doutorado. Mas seu jeito de menino de dezoito anos, quieto e pensativo, não havia mudado nada. Com o resto do dinheiro que ainda lhe sobrava, ele havia aberto um escritório de advocacia, e fez desse escritório uma referencia nacional em causas de promotoria.

Mas nosso protagonista não chegaria aos quarenta anos. Dois anos depois, com seu doutorado em fase final, ele decide que é hora daquele menino o dominar novamente. Seis meses depois, com seu titulo de doutorado em mãos, ele viaja. Mas ele não vai para qualquer lugar, alias, ninguém sabe para onde ele vai. Ninguém sabe, mas todos querem saber aonde aquele advogado de sucesso, com trinta e três anos, que nunca tirou férias em quase duas décadas de serviço, vai. Mas isso continuaria um mistério, ninguém mais o veria.

Nosso protagonista, agora com toda a certeza que lhe convém, decide o que fazer. Ele não quer mais viver. Não quer ser esquecido, assim como seus pais foram, como seu irmão foi, ou como a governanta que lhe criou foi. Mas ele sabia que ninguém lembraria dele. Então ele foi para o lugar mais remoto do mundo. Um lugar sem nome, de matas virgens, do gelo mais branco que existe, dos verdes contrastantes que esperavam para serem descobertos. E lá ele ficaria. Para o resto da sua vida ele ficaria sozinho. Ali ele permaneceria, até mais ou menos cem anos.

Mas ele não morreu. Morreu na verdade quando viajou, mas reviveu quando se encontrou consigo mesmo. Essa historia toda, que bem poderia ser uma estória, não é para que se reflita, que se pense, nem nada assim. É apenas para dizer que, se você um dia teve tudo, mas de repente perdeu tudo, lute, pois você pode conquistar tudo de novo.

O nome do nosso personagem? Ele bem que poderia se chamar Esperança. Mas seu nome é Perseverança, pois ele não esperou a ajuda alheia para se reerguer, ele fez por si só.

Terra Dourada.


Onde será que iremos parar? Não, eu não falo de assuntos infames ou baboseiras de sempre, falo sobre outros assuntos hoje, em como os outros tratam o que é e não é deles por direito. Falo do mundo.

Sabe, eu nunca fui politicamente correto, nem nunca pensei em fazer parte do WWF ou qualquer coisa assim. Alias, pode-se dizer que eu sou extremamente politicamente incorreto. Mas quem se importa? Ninguém vai me julgar por isso. Não há mais pessoas que se preocupam com isso ou com coisas do gênero. Sou a favor da mudança global de postura em relação ao mundo, mas sei que não conseguiria mudar a mim mesmo.

Imagine um mundo onde ninguém joga lixo nas ruas, ou que as pessoas não fumem. Poluição em rios? Nem pensar! É muito feio. Mas apenas imagine, não irá se tornar realidade. Ninguém se preocupa com essas coisas. Afinal, eu não sou pobre e posso comprar água mineral se precisar. Quase todos pensam de forma parecida, se não igual, a essa. E é ai que está nosso problema.

Você, alguma vez ouviu falar em uma grande manifestação em prol da Amazônia aqui no Brasil? Claro que não, e isso é questão de cultura do nosso povo. Não há como comparar brasileiros com europeus ou norte americanos. Alias, há um modo sim, um modo cômico/trágico de fazê-lo. Seria algo do tipo: os brasileiros jogam lixo nas ruas porque não há quem cuide dessas coisas; os americanos não jogam lixo nas ruas porque se não eles terão que pagar uma multa, ou seja, por puro medo; já os europeus, não fazem isso pela beleza do local onde se encontram. De trágico a cômico, me parece uma realidade fétida.

Mas eu falo tanto dos outros e me esqueço que sou o pior exemplo para essas coisas. Eu, o cara que não tinha egoísmo e mesmo assim só se preocupava consigo mesmo. O que tenho a dizer? Bom, não adianta plantar uma árvore, não fará diferença. Sou cético e estou feliz assim. Sei que uma árvore, ou cem delas, não faria a menor diferença. Sei que se, uma fábrica por rio fosse fechada, as nossas correntezas seriam mais cristalinas. Mas eu não tenho poder de fechar uma fabrica. Então não me importo. Por que perder tempo com algo que não fará diferença? Quem sabe você consiga convencer, com sua perseverança, alguém que tenha o maldito poder de fechar as tais fábricas. Mas sabemos que as chance são extremamente pequenas.

Então, aproveitem suas vidas e continuem poluindo. Afinal a gente está podre por dentro mesmo. Ou você realmente acha que os peixes saem da água para transar?

Rápidas coisas da vida.


Sexo, transa, amor, chame como quiser, o certo é que já não é mais o mesmo de sempre. E me refiro à tudo. Antigamente havia toda aquela ladainha de “casamento = sexo”, nos curamos disso. Depois veio a outra baboseira de “Se não me ama de verdade, não transo.”. E finalmente, a maior de todas as asneiras eróticas – “Amor, te amo tanto, transa sem camisinha comigo?”. Tudo bem, todos que transam ou que já transaram sem camisinha sabem que a coisa é diferente, mas convenhamos, o resultado final sempre se parece com culpa.

Não julgo as pessoas que fazem sexo sem camisinha nem nada assim, mesmo porque, eu mesmo transei por certo tempo sem camisinha, e é por isso mesmo que falo. Muitos não se importam de ter um filho ou uma DST, mas em muitos desses casos somente uma das pessoas não se importa.

Mas não me referia somente a camisinha no começo do post, falava também de outras coisas, como os fetiches, por exemplo. Antes as pessoas eram muito reservadas em mostrar seus desejos sexuais, agora, sempre que podem pedem algo novo no sexo. E isso é muito bom, torna a transa mais “divertida”, e claro, diversão é o que há. Saber realizar desejos deve estar ligado diretamente com o saber expor desejos.

Outro ponto que mudou bastante é quanto ao que se faz durante o sexo. Imagine seus avós transando. Não lhe veio a mente dois velhos que transam de forma sem graça sem falar nada e que mal parecem interessados? Não era bem assim, mas se comparado a hoje, chega perto. As pessoas, com mentes cada vez mais abertas, inventam coisas que só favorecem o casal. Coisas simples, desde massagens eróticas, até as mais loucas posições tiradas do Kama Sutra.

Um último aspecto a ser lembrado é quanto à banalização do sexo. Com tantas “inovações”, era de se esperar que o sexo começasse mais cedo, mas não tão cedo. Meninas de dez ou onze anos perdendo a virgindade já é quase normal. Casos lésbicos e gays não há o que se comentar, não tenho nada contra ambos, mas um casal lésbico de doze anos, isso é de, no mínimo, estranhar.

Enfim, vivam felizes e de preferência façam sexo. Alem dos habituais benefícios, ele também faz bem para a saúde, caso cientificamente comprovado. Todos acordam melhor depois de um transa afável à noite. Fato. Assim como o beijo, existem de varias maneiras, mas cuidado, ao contrario daquele, o sexo pode ser prejudicial se experimentado à força. Ou para os que não entenderam, não tente estuprar ninguém.

Mentiras sinceras


Falamos em amor, falamos em ‘pra sempre’, em amor eterno e todas aquelas frases feitas, de apaixonados. Sabemos que não passam de ilusão, que essa história de ‘é pra sempre’ é só mais uma mentirinha de amor. Mas é uma mentirinha sincera, na hora que é dita, é de coração. Sabemos que daqui a algum tempo vamos odiar aquela pessoa, mas quando se está apaixonado o depois não importa. Só queremos o agora, mesmo que se fale em ‘pro resto da minha vida’. Sejamos realistas, apaixonados são babacas, ficam declarando coisas impossíveis e tentando provar o que sentem.

Há os apaixonados realistas, aqueles que sabem o que falar e cuidam pra não criar falsas esperanças, dizem no máximo algo como: “Eu gosto de ti, mas sabes que não é pra sempre. O que sentimos durará no máximo alguns meses.” Eles não estão errados, mas não tem capacidade de manter um amor.

Eu, particularmente, acredito em todas as mentirinhas que escuto, sei que são mentiras, mas são ditas com tanta sinceridade que acredito cegamente. Elas me fazem bem, elas me bastam.

Quem mente com o intuito de provar o seu amor não deveria ser chamado de mentiroso. São mentiras sinceras. Tudo é dito com amor, de uma forma que a só uma mentira pode explicar.

Quando o amor acaba, as mentiras são jogadas na cara do tal apaixonado que mentiu, são jogadas de forma dolorosa. Mas ele, só ele sabe que enquanto mentiu, valeu a pena. Tudo tem fim.
Mas que seja eterno enquanto dure, disse o poeta.

“Não tente encontrar um sentido, a verdade sozinha não é capaz de explicar tudo o que eu sinto e as verdades que eu digo nas vezes que eu minto, pra você.”

Admite.


- O que tu tá fazendo, Ana?
- To pensando, Pedro. Pensando em tudo e em nada.
- Não pára de pensar, guria?
- Eu não consigo. Mas agora o negócio é sério.
- E qual o negócio agora?
- Ah, Pedro, é difícil explicar, é meio complexo, não sei se tu vai entender.
- Ana, quando que eu não entendi o que tu me falaste?
- É que agora é diferente, não diz respeito a mim, eu nunca penso nos outros, quero mais é que eles morram, mas agora, agora é diferente, não sei porque tô pensando nos outros. E o pior, é com pena.
- É o Edu, não é? Eu sabia.
- O Edu me preocupa, Pedro, preocupa muito. Ele ainda é inocente, tem muito pra viver, quê que ele quer metido naquilo?
- Escolhas, Ana, escolhas.
- Mas não é uma escolha certa, entenda. Ele vai se ferrar no final, tá fazendo isso só pra chamar a atenção.
- Sim, é só pra chamar a atenção, mas não podemos fazer nada. Ele não quer ajuda.
- É isso que me embravece! Ele nem sabe no que tá se metendo e ainda quer bancar o machão.
- Ana, pára de pensar nele, ele não quer ajuda. Deixa-o pra lá.
- Porra, Pedro! É assim que tu pensas? O Edu é teu amigo, tá acabando com a vida dele e, tu não vai fazer nada?
- Tente entender, querida. Eu já estive numa situação parecida, e eu pude escolher, optei pelo não. Edu é grandinho, tem escolhas próprias, ele sabe as conseqüências que vai sofrer, se ele quer ferrar a vida dele, deixa.
- Eu não consigo admitir, Pedro. Não consigo. Eu vi Edu crescer, não engulo essa história, e nem vou engolir.
- Não te peço pra engolir, seria hipocrisia minha, mas te peço pra apoiar ele.
- Apoiar?
- É, Ana. Me admira tu não ter pensado em apoiar ele. Ele quer chamar a atenção, ele só tá fazendo isso pra aparecer, mas pra ele querer aparecer só pode ter um motivo. Ele se sentia só.
- Mas ele nunca foi solitário. Sempre estivemos do lado dele.
- Sim, mas estávamos ao lado dele sem saber o que se passava com ele. Nunca perguntamos o que ele sentia, o que ele queria...
-...
- Ana, somos dois egoístas que só olham pro próprio umbigo! O problema é que eu sou consciente de que tive culpa, na situação do Edu, tu não. Tens que assumir a tua parcela de culpa.
- Talvez o que eu não admitia nem seja a situação do Edu, mas sim o fato de ter que admitir a minha culpa.
-...

Amizade, ou seja, Aquilo.


- Ah cara, to mal.
- Quê foi cara? Aconteceu algo?
- Ah meu, a mesma merda de sempre. Não adianta.
- O quê aconteceu? Fala.
- Não dá mesmo para confiar. Eu tentei, fiz o meu melhor, mas não adianta.
- Tá me deixando preocupado. Vai me falar o que é ou não?
- É a Nami cara.
- O que tem ela?
- O que tem ela? Simples, eu não quero mais saber dela.
- O quê? Que droga foi essa que tu acabou de falar?
- Ah velho, não tem mais como continuar com ela.
- Mas aconteceu algo?
- Se aconteceu algo? Não, eu resolvi que quero acabar com ela por nada sem avisar ninguém. É claro que aconteceu algo né cara.
- Então me diz o que é oras.
- Ah cara, ela me traiu.
- O quê? Mas como? Impossível! Não ela.
- Que merda cara, não tem mais como confiar nas mulheres de hoje em dia mesmo.
- Mas espera aí, te traiu com quem?
- Ah, eu não sei o nome do cara.
- Não sabe ou não quer dizer?
- Não sei, não tenho o porquê mentir pra ti.
- É verdade. Mas ele é daqui?
- Bom, ela disse que é.
- Como assim ela disse? Vocês já conversaram?
- Mais ou menos. Não conversamos de verdade ainda, trocamos uma idéia, vamos dizer.
- E chegaram, ou tu chegou, a alguma conclusão?
- Cheguei.
- ...
- ...
- E então vai falar ou não?
- Não pretendia.
- Não pretendia, mas vai. Fale.
- Bom, primeiro é que eu vou dar uma chance a ela.
- Certo.
- Segundo é que eu nunca mais vou conseguir confiar nela.
- Aham.
- E terceiro e mais importante, nunca mais vou confiar em uma mulher como eu confiei nela.
- Não acha que tá generalizando?
- Não. Vai ser assim.
- Mas e vocês? Como vão ficar?
- Unidos.
- Unidos? Tá querendo dizer o quê?
- Que não será mais o namoro de sempre.
- Mas nem pensar em dar uma chance para ela?
- Eu estou dando uma chance.
- Mas não parece.
- Como não parece? Estamos juntos, não estamos?
- Não, não estão juntos, estão unidos. Escuta aqui, tu vai dar uma chance para ela sim.
- Ui machão. Vai me obrigar é?
- Na real, vou sim.
- Certo, digamos que eu esteja afim de te escutar, o que tens a me dizer?
- O que tenho a ti dizer? Que tu é um baita de um pau no cú.
- Vai te fudê, nem sabe do que tá falando.
- Não sei é? Estão juntos a quanto tempo?
- Oito meses.
- Certo, oito meses. E graças a quem?
- Como assim “graças a quem”? A nos dois é claro.
- Não mesmo, graças a ela.
- Vai começar.
- Vai sim. Sabes do que eu to falando.
- Mas foi diferente.
- Sempre é diferente quando é com a gente. Sempre temos as melhores desculpas e por mais incrível e improvável que possa parecer, a culpa nunca é nossa. Certo?
- Mas a culpa não foi minha.
- Ah sim, tu traiu a Nami com outra guria, mas na verdade a guria transou contigo sem tu saber.
- Não foi bem assim.
- Se não foi assim, então tu sabia o que tava fazendo.
- Mas eu tava drogado cara.
- Pior ainda, não sabe se controlar. Daqui a pouco se mata de overdose e não sabe o porquê.
- Sabe que eu não gosto de falar sobre o que eu fiz.
- Por isso mesmo que falaremos. Enfim, onde quero chegar é, quando tu traiu ela a três meses atrás ela te perdoou certo?
- Bom, mais ou menos.
- Mais ou menos é?
- Que merda cara. Ela me perdoou sim, mas e daí?
- Sabia que as cobras podem morrer se ingerirem o próprio veneno?
- Tá me chamando de cobra é?
- Não cara, mas podia te chamar de rato, um rato machista, é o que tu tá sendo.
- Só por que eu não aceito a traição dela?
- E precisa aceitar? Apenas esqueça e de uma chance a ela.
- Fácil falar.
- Como assim? Não entendi.
- Tá, esquece. Não foi o que eu quis dizer. Enfim, ela não tinha o porquê me trair.
- E tu tinhas quando traiu ela? A gente nunca tem um motivo real para essas coisas.
- Tá cara, vou perdoar ela então.
- Não vai.
- Como não?
- Não vai perdoar, nunca vai conseguir fazer isso. Assim como ela não te perdoou com o que tu fez com ela. No maximo ambos podem se esquecer do que aconteceu, e é o que farão provavelmente.
- Te odeio cara.
- Dá logo um abraço. Te entendo, tu sabe.
- É que eu a amo. Não quero perdê-la.
- Mais um motivo para dar uma chance.
- Mas falamos tanto de mim que até me esqueci de ti. Como está? Parece bem feliz para mim. O teu quase-casamento-de-dois-anos como vai? Vocês sim que são um casal perfeito! Eu devia me espelhar em vocês.
- Não devia não, eu acabei.
- O quê?
- Acabei.
- Mas por que cara?
- Ela me traiu.

Marque: 'V' ou 'F'.


Você é verdadeiro? Pergunta simples, resposta simples, você é? Eu não sou.
Existem dois extremos, ou você é verdadeiro ou é falso. Nós somos falsos, “não, Marcela, eu sou verdadeiro, odeio falsidade”, mentira tua! Mais uma mentira tua. Ninguém é verdadeiro, sinto dizer, mas ninguém é. Todos falsos! A vida que tu tem é falsa, as notas que tu tira são falsas, os amigos que tens são falsos, TUDO falso. Não que isso seja predefinido, talvez nunca tenha parado pra pensar no outro lado da coisa... Quando você dispensou aquela amiga chata, aquela que você não agüenta, mas que atura, e é simpático com ela, sem saber você estava sendo falso, talvez até soubesse, mas fingiu que era simpatia da sua parte, pra amenizar a culpa, ela é uma chata e você não tem coragem de falar. Simples, você é falso e acabou.

Ser falso não é ruim, não mesmo, somos falsos a todo o momento e nem por isso nos tornamos pessoas más. O problema é a hipocrisia que há, aquelas pessoas que insistem em dizer “eu odeio falsidade” ou “odeio gente falsa”, bando de ridículos. O mais interessante, a maioria dos que falam isso normalmente tem mais de seiscentos amigos no Orkut, não gostam da metade, mas são sempre muito gentis na hora de aumentar o número de fãs.
Seja verdadeiro ao menos uma vez, consigo mesmo, admita: você é falso.

Olhe o lado positivo: admitindo isso você vai se sentir mais leve, mais verdadeiro. (Contraditório, não? Faço o que posso.)
Mas a moral disso, os extremos são claros, mas não quer dizer que você ou é só falso ou só verdadeiro. Há momentos em que a falsidade é o caminho mais curto, mais fácil, e os momentos em que a verdade é a única opção. O difícil é saber o extremo certo pra situação. Seja um pouco dos dois, no momento errado, será no mínimo divertido. Afinal, quem gosta de coisas fáceis e caminhos curtos?

Ah, o Beijo.


De todos os tipos. Há os com carinho, os com afeto, os com amor, os com desespero, os de desprezo, os de despedida, enfim, há beijo para qualquer momento. E todos são bons. Claro, isso é relativo, pois nem sempre é bom para os dois lados.

O beijo deveria ser sagrado, afinal até propriedades medicinais ele tem, ou vai dizer que você nunca se sentiu melhor depois de um beijo em especial? O beijo, em suas formas, pode ter variados efeitos. Muitos beijos, eu diria a esmagadora maioria, é bom para ambas as partes, pois satisfaz os dois enquanto que sua graça não é perdida. O beijo pode ser dado de varias formas. Não pense besteira. Alias, pense sim. Invente no seu beijo. Todos gostam de um beijinho no rosto, um selinho inesperado ou um beijo de língua “bem pegado”, mas os beijos que nunca recebemos antes são os que mais nos surpreendem.

Cada um tem um jeito de dar os beijos que sabe, afinal, não há quem saiba apenas um tipo de beijo. Com língua, sem língua, com dente, sem dente, com carinhos, com lábios, não importa qual seja, o que importa é a intensidade e o modo como é feito. Beijo é para ser dado com carinho. Não importa que tipo de beijo é, seja ele romântico, avassalador, selvagem, conquistador, não importa, ele deve sempre conter um pouco de nós em sua essência.

Beijo forte para dominar, beijo afável para conquistar, beijo rude para mostrar poder. Os tipos são muitos. Escolha que beijo pretende usar e boa festa, com o beijo certo, a noite está garantida.

Maldades e malvadezas.


Hoje eu decidi não ser mais tão delicada com as palavras e contigo. É, é de ti mesmo que estou falando. Eu sei que tu não gostas que o mocinho tenha um final feliz, sei também que tu és tri desgraçado e sempre quis que o mundo acabasse. Chega de disfarces! Chega de ser o que a sociedade te impõe!

Pega os caras mais famosos do mundo, acha que eles eram os mocinhos da situação? Não eram! Normalmente os vilões é que ficam com a glória, isso é fato. Eu não falo pra ti ser um vilão, falo pra ti acordar: a vida não é um moranguinho e conto de fadas é história pra criança dormir. O Hitler, por exemplo, baita governante, um dos melhores! “Marcela, ele era louco e psicopata, por causa dele judeus morreram e foram torturados.” Eu não disse que defendia ele, mas cara, ele conseguiu governar a Alemanha sem ser alemão. É disso que falo! Fazer o que os outros tem medo. Fazer diferente, ser diferente. Até Che Guevara, ele não era um bom homem, sinto muito dizer isso, mas ele era um baita safado. Não tenha a ilusão de que o que ele fez foi por amor ao povo. Ele só fez aquilo por fama, era o que ele queria! Fama. E conseguiu, matou uns quantos em nome da revolução, ganhou dinheiro pra isso, e ainda saiu como mocinho na história. Eu sou fã dele, cara! Eu poderia citar mais vilões famosos, mas não é aí que quero chegar. Eu quero que perceba, nem sempre o errado é ruim.

Aquela coisa de ‘eu tenho que ser assim, fazer isso, comer daquilo, usar aquele outro, porque me disseram que tem que ser assim’ acabou! Conhece a tal LIBERDADE DE EXPRESSÃO? Tu a tens, e tendo ela tu podes mandar o presidente tomar no cú e ninguém vai te prender. Em outras palavras, eu quero te abrir os olhos, tu não precisa ser certinho pra ser feliz. Na real, felicidade não vem com o que a sociedade te impõe. A felicidade tu cria, tu inventa, do jeito que quiser, sem se preocupar com o que os outros vão pensar. Dane-se o mundo, estás feliz, é o que importa. Mas não pense que felicidade é tudo, não é. Não mesmo. Mas ela é essencial.

Também não é porque queres ser feliz que tu vai pôr dinamite no prédio em que trabalha, nem vai explodir a cabeça do teu patrão com uma bala no meio da testa. Vontade não falta, eu sei. Mas é melhor ter um patrão, sabia? Pra depois de um tempo olhar pra ele e pensar: ‘Perdeu, velho, agora eu sou melhor que tu’.

Enfim, acho que entendestes o recado, seja mau, ninguém vai ser verdadeiramente bom contigo.
Crianças, façam isso com a ajuda de um adulto.

Nada. [2]


As convicções de outrora não mais permanecem aqui. Por tudo que sei, mais e mais e nada, enquanto for, ou que siga, pretendo continuar da mesma maneira fria e astuta de sempre. A tradição leva a traição, e não é só na rima. As pessoas que falam o que querem, sabem que a reposta é árdua e dolorida, porém tem a certeza de terem passado a mensagem certa, o que basta. Em olhos desvanecidos, desguardados, onde tudo se vê, e o tudo que se é para o nada, eu hei de observar a vida alheia.

Como o tempo, pretendo mudar. Drasticamente eu diria. Todos nós temos nossos momentos difíceis, mas nenhum deles deve ser usado com desculpa para apunhalamentos. A vida, de outrora, do agora, de falível ontem e do inconstante amanhã, nunca pretendem ser a mesma para sempre. As perguntas surgem, desaparecem em tons profanos por fálidos pensamentos mortos, seguintes a depravação, e acabam por fugir.

Aos escolhidos, o meu parabéns. Não serão nada mais do que, em palavras levadas pelos ventos, amaldiçoadas pelos santos, seriam antes disso. Acredite, você não pode ser mais nada do que já é, nada mudará. Ao que sinto, no mesmo, para sempre, que acaba em súbito, ficam as perguntas que nunca desapareceram.

Afinal o que fazemos aqui? Nada, eu diria. Mas vai-se saber. No inferno, terreno de amor, onde coisas crescem, na escuridão que rege, por tempo só, não há mais o que se buscar. Desista. Sozinho é o futuro, a pergunta vem, enxergá-la, o não que se sede, por inconstância, o nada, para eles, o fim. Morra. O céu lhe espera em pensamentos gnósticos.

A Política.


Sabe, hoje estava eu pensando sobre nada e me veio um assunto legal para um post: política. Não, eu não falo sobre a política do Senado ou essas coisas assim. Me refiro a política que fazemos na nossa vida. Mas, afinal, o que tem de mais nessa maldita política? Bom, se levarmos em conta que ela engloba nossas escolhas, nossas ações, em parte, nossos mais promíscuos pensamentos e mais algumas coisas que não vejo o porquê lembrar, ela se torna no mínimo interessante. Enfim, seja um bom político.

Bons políticos não são aqueles que fazem bons discursos, ou que cumprem o que prometem, bons políticos são aqueles que convencem o povo. Convenhamos, você acha que o padeiro da esquina lhe convence mais do que o seu melhor amigo? Há casos e casos, mas no geral, se a pessoa realmente for sua amiga, saberá o que você quer ouvir, o que, consequentemente, fará com que ela te convença com mais facilidade. Essa é a política a que me refiro, se bem que não é nada diferente da política clássica.

Muitos fazem da sua vida uma verdadeira política. Mentiras e descasos todos contamos, mas fazer isso se tornar lema de vida é para poucos. Há os que se pronunciam melhor, para não usar termos chulos, e há os que sabem o que querem. Em ambos os casos, se souberem o que estão fazendo e mais que isso, souberem fazer, serão bem sucedidos em tudo.

A política é fascinante. Pessoas com o mínimo de respeito pelas vidas alheias as controlam de tal maneira que se torna impossível dizer que eles estão acabando com a vida dessas. Mas a vida é assim mesmo. Ou vai dizer que nunca brincasse de político com seus amigos?

Das coisas que não entendo.


Seguinte, a vida é uma merda e não têm ninguém satisfeito. Grande coisa, isso não muda nada. A gente que complica demais a vida. Ela não é complicada coisa nenhuma, complicamos por falta do que fazer, tenho certeza disso. Ah, para deixar registrado, adoro complicar minha vida, afinal ela é minha e eu faço o que bem entender dela.

Parem de complicar pô. Não custa nada facilitar as coisas. Pelo menos para os outros. Querem que seja tudo complicado feito um pudim gigante? Ótimo, mas não dificultem as coisas para as pessoas próximas, pense nelas. Pense nelas nem que seja para deixar uma carta antes de fugir ou para usar camisinha com aquele seu namorado drogado que você sabe que tem AIDS, mas que quer muito que o sexo seja bom e sem camisinha.

Acabe com a sua vida, mas não acabe com a dos outros. Há muitas pessoas que só querem o seu bem. Não importa se a sua mãe se droga mais que você, ou se seu pai traz objetos estranhos e alheios para a casa no fim da noite. Pense neles. Pense nem que seja em como dar um fim neles.

Outra coisa, evite usar o controle dois. Isso mesmo, sempre que possível use o controle um. Ele é melhor que o dois, a não ser que você já esteja usando o controle um, aí o dois será melhor com certeza. O que quero dizer é que não adiante ficar fulo da vida porque você não tem o melhor ou o que queria ter, isso sempre acontece. Mas não desconte emocionalmente nas pessoas, apenas se contente com o que têm. Afinal, a grama do vizinho é sempre mais verde, mas nada que um veneno não resolva.

Lembra?


- Lembra como era bom? Aquelas tardes, aquelas conversas, tudo era tão bom, a gente era feliz e não sabia.
- Realmente... Mas tu não és feliz?
- Sou, mas eu me lembro daquele tempo. Sinto falta. A gente aprontava, né?
- É, sempre fazendo bagunça, nossas mães iam a loucura!
- E a gente não queria nem saber, todo dia uma coisa diferente.

- Lembra das vezes que a gente matava aula do curso pra passear?
- Nem tínhamos o que fazer, mas era divertido.
- Ah, realmente, era muito bom.
- Então.
- E olha onde estamos hoje, nunca iríamos imaginar...
- Não, não imaginávamos, mas tudo tem um propósito. Se fosse diferente não seria bom.
- Tudo o que passamos as conversas, as risadas, as discussões... Tudo eu lembro direitinho, como se tivesse
sido ontem.
- Eu lembro de tudo também. E tanto tempo se passou, e o quanto a gente mudou, estamos diferentes.
- Que sutileza, você quer dizer que estamos velhas.
- É, estamos, mas eu quis dizer que tudo passou, mas continuamos juntas. Mesmo depois desses anos todos.
- É amiga, o que eu te dizia? “Vamos ser velhinhas e amigas. Juntas até o fim.”
- Eu lembro de quando me disseste isso, foi num recreio, fazendo um pacto de catchup.
- Hahaha, tu lembra de uma bizarrice dessas!
- Lembro! Lembro disso e de mais um pouco.
- E aqui estamos...
-...
- Quem ia imaginar?
- Te formaste, casaste, teve filhos, virou dona de casa... Agora tá aqui.
- E tu, hein? Que destino.
- Eu sempre quis isso, sabes.
- Mas tens namorado? Com essa idade, não acredito que ainda estás solteira.
- Não nasci pra ser engaiolada, a liberdade me instiga, eu sou feliz assim.
- É mesmo feliz?
- Não.
-...
- Depois dele eu desisti.
- Mas és jovem ainda.
- Sou, mas depois de tudo, era só ele que eu queria. Mas agora...
- Era tão lindo ver vocês dois.
- Éramos um. Feitos de amor.
-... Faz quanto tempo?
- Sete anos.
- É, faz tempo...
- Hoje eu quero só os números, eles são exatos e infinitos, como meu amor por ele.

Vida Real. [2]


- Ah cara, dá uma chance pra ela vai.
- Já disse que não.
- Por que, meu velho? Não se sente confortável?
- Ela é para ser uma mulher ou uma poltrona? Olha aqui, faço o que bem entender.
- Também não é bem assim. Ouve algo do que eu falo, às vezes pelo menos.
- Nunca disse que queria te escutar.
- Grande coisa, vou continuar falando.
- Saco. Tá bom senhor Einstein, o quê quer que eu faça?
- Pense.
- Engraçadinho.
- Parei. Enfim, dá uma chance.
- Claro. Claro que não, né?
- Deixa de ser cabeçudo. Uma chance não faz mal a ninguém.
- Uma chance não faz mal a ninguém, balela. Não me importo com ela.
- Não é? Não é isso que eu acho.
- E se eu gostar? Qual o problema? Tu também gosta dela, certo?
- Gosto.
- Por isso que fica me enchendo para continuar com ela.
- Exato.
- Por que não tens coragem, cara?
- Eu tenho. Mas tu não faz nada para ajudar.
- Não faço? Tu que fica parado.
- Fico mesmo, minha função não é mexer.
- Não? E qual é?
- É fazê-la continuar se mexendo.
- Safado, só pensa em sexo.
- E não é para pensar?
- É e não é.
- Quanto a sexo, não tem como ser e não ser!
- Tem sim. E é.
- Ah cara, tu é gay.
- Não sou, e mesmo que eu fosse ia ter que agüentar.
- Não agüentaria, me matava.
- Duvido. Alias, não quer tentar? Vai que dá certo.
- Engraçadinho. Enfim, como estão vocês dois? Não falei mais com ela depois daquela noite.
- Estamos bem, ótimos, alias.
- Então qual o problema?
- Bom, na verdade, não tem problema.
- Não?
- Não.
- Que merda, cara. Então por que tu me assustou daquela maneira hoje cedo?
- Tô para te dizer que não foi eu que te assustei.
- Como não? Claro que foi.
- Foi eu não, cara, foi tu mesmo. Tu que pensou o que tu achou que eu tinha pensado.
- Mas não pode ser. Não tem como.
- Tem e teve.
- Droga.
- Viu? Eu não tenho nada a ver com isso.
- Desgraçado.
- Quem?
- Tu.
- Eu? Por que eu? Não fiz nada.
- Não fez nada? Tu engana o mundo, mas não pode me enganar. Desgraçado.
- Tá bom, culpa minha. Mas não importa, quem pensou foi tu.
- Mas as imagens eram tuas.
- Manipulação, meu caro, manipulação.
- Tá bom então.
- Como assim tá bom então?
- Tá tudo bem, não vai acontecer nada.
- Eu sei que não vai, mas não entendi o que tu quis dizer.
- Eu? Eu não quis dizer nada.
- Como não? Foi subliminar, mas quero saber o que foi.
- Era só um pensamento sobre como será essa noite.
- E o que tem de mais nisso?
- Nada de mais, meu caro.
- Desgraçado. Agora entendi. De novo não, não vais fazer isso.
- Vou sim.
- Mas como? Achei que fosse impossível.
- Ninguém mandou me passar os teus pensamentos errados e não observar os meus pensamentos certos.
- Mas como? Me explica!
- Manipulação, meu caro, manipulação.
- Desgraçado, e eu não aproveito nada.
- Não aproveita mesmo. Alias, hoje a mente é minha. O dia inteiro.
- Pode ficar, não vai ter nada hoje, nem mesmo de noite.
- Não é? Legal.
-...
-...
- Vai ter, né?
- Vai sim.
- Desgraçado.

Humanizações.


Aquilo tudo que seria o fim das vidas que vivo ou o começo dos fins que busco agora me parecem teorias leigas. No passado não se pode encontrar respostas, mas eu não as busco, sou perseguido por constantes argumentos. O que, afinal, a vida reserva para os seres de boa vontade? Seria a boa aventurança ou o júbilo do mal a cargo de demônios invisíveis? O futuro das pessoas que se conhece, por bem ou por mal, nunca é pior que o nosso. Não quero se quer tentar entender o por quê de tantas discrepâncias harmônicas junto de musicas que clamam por morte.

Nada se pode entender sobre a vida. Aprender a conviver com esse fato pode ser a diferença entre a vida regrada de regalias bem-vindas por nós ou de declamatórias infernais alheias. Nada de ficar se matando por aí, mas não julgue os suicidas, eles são os seres mais puros que existem, sabem se redimir perante os pecados cometidos aquém do agora.

O inferno da vida nada mais é que o céu de um lindo demônio vestido com roupas de seda. Não existem apenas sete pecados capitais, existem muitos mais. O cão da família é sempre desprezado, pois o tratam com tamanho carinho que ele se acostuma com o que têm e não tende a mais nada, se torna um zumbi. Mas falamos de cachorros. Porém nem sempre o cão da família é um animal totalmente irracional.

Nada de segmentos de filacterias onde se guarda o que sempre se buscou em uma vida falha e cheia de erros mundanos cometidos com consciência. Viva o amanha como se fosse hoje, sem desprezar as músicas feitas com e a partir de frases como essa. O comodismo e o fracasso os tornam famosos em jaulas com grades tão afiadas que parecem suas línguas.

Aos de almas desesperadas o meu apelo, libertem-se e rendam-se, afinal o pecado os persegue e continuará perseguindo até que sejam pegos e torturados da pior maneira possível, para que, assim e só assim, tornem-se humanos de verdade.

Trip.


E cá estou mais uma vez. Em um lugar diferente, novo, talvez. Mas diferente, muito diferente.
É um lugar legal, casa grande, boas aberturas, bem arejada, bem localizada, enfim, tudo é bom aqui, não sei porque me sinto mal. É estranho, algo do tipo: "É bom mas não me faz bem." Já senti isso uma vez, a pouco tempo, mas senti. O que passa pela minha cabeça não é estranho, estranho é o motivo pelo qual isso passa na minha cabeça.
Família, entes queridos, próximos. Quê que eu quero mais? Tudo está calmo, algumas vozes ao fundo, mais nada. Acho que sinto falta de algo, alguém, mais precisamente. Pronto, achei o problema "Como tu é sentimental, Marcela." Não, não é o caso de ser sentimental, é estranho, eu quero por perto, mas sentir isso é bom. "Enlouqueceu de vez." Mas o fato é, isso fortalece o que sinto. O que sinto por ele, não a falta que sinto dele.
Mais uma vez estou sendo sentimental, mas não é a intenção, se quiserem eu mudo o assunto... Posso falar da Lina e do John, são um casal feliz, estão felizes. Mas não quero falar deles.
Não consigo pensar em outra coisa, cada vez mais estranho. Seria eu uma ridícula sentimental ou uma apaixonada? Cacete, é difícil, se eu fosse sentimental estaria chorando, ele está longe, mais de 100km nos afastam. Mas não é o que sinto, o que sinto é inexplicável, é bom e ruim, é mau e bom, acho que é o amor.
Não, o amor não é ruim, pelo contrário, é ótimo! O que sinto é maravilhoso, nunca senti. "Porra, mas tu não estava se queixando?" Sim, estava, mas me queixando de algo bom, esse aperto que sinto faz aumentar o meu amor.
Quando tu amar vai entender.

Entende?


O que eles pensam? Estão errados. Não admitem, mas estão. Deveriam entender meu lado, não sou má, só preciso da compreensão deles. Mas isso é muito difícil, não gastariam o seu precioso tempo comigo. O que fiz e faço não é errado. Tem fundamento e muitos motivos.

Aquela cena é magnânima, estupenda. Ver aquilo, fazer aquilo, é a melhor sensação. Não sei explicar, me sinto mais leve depois de uma forte dose de horrorshow. Consigo me sentir verdadeira, eu como sou, sem máscaras ou estereótipos.

Pobres, não entendem, não vêem magnitude nisso. Acham que faço por maldade ou loucura. Sinto os decepcionar, mas o que sinto é muito mais forte que isso, é muito mais fantástico. A maldade e a loucura talvez sejam adjetivos um tanto fracos, ou fortes demais, depende do ponto de vista. O que faço é sublime, e enxergar isso é privilégio de poucos. Os que enxergam me entendem, eu sei, sabem que o que falo não é errado, nem uma vírgula.

Culpam-me, julgam-me, mas nunca experimentaram. Não sabem o que estão perdendo. Só sabem o que significa a rotina chata em que vivem. Falam que sou egoísta, que só penso em mim mesma, que o meu mundo é insignificante, e que eu ainda não sei o que é viver. Sou egoísta e só penso em mim, mesmo! E se viver é o que eles sabem, quero continuar no meu mundo insignificante. Não vejo sentido nessa rotina idiota que eles têm “acordar, comer, se arrumar, sair, trabalhar, comer, sair, trabalhar, comer, dormir", o que há de bom nisso? Tornar-me isso seria um terrível final. Acordar e pensar: Hoje farei isso, isso e isso, fazer o que gosto, por que gosto. Isso é viver. Não, não sou hipócrita, sei que algumas regras têm que ser cumpridas, mas só algumas, ‘o que se faz por gosto se faz bem feito’, já dizia a minha avó. Mas não entra na cabeça deles.

Uma dose e eles se perderiam, só uma. Todo o peso de problemas rotineiros cairia, e eles entenderiam a magnífica sensação que é.

Hoje, nesse lugar úmido e feio, sinto-me só, porém tenho a esperança de sentir àquilo novamente. Até que esse lugar me inspira, daria um ótimo cenário pra um ato de horrorshow. Mas tenho que me controlar se quero sair daqui, tenho que fazer com que pensem que estou boa ou ‘sã’, como gostam de dizer. Talvez esse desabafo acalme o meu desespero, talvez não, não sei se é possível.

Aqui vos fala uma Marcela que vocês não conhecem.

A Chatice de Escrever.


É serio, eu não escrevo porque gosto. “Ah sim, escreve para ganhar dinheiro de certo.”, bom na verdade nem eu mesmo sei o porquê escrevo. Não gosto de escrever, só gosto da simetria das palavras. Não em português pelo menos. O inglês, esse sim, é um grande idioma. As palavras se assemelham e se junto de for constante e duradoura que, um simples texto parece uma obra literária. O português por outro lado, parece menos óbvio, porém é mais direto no que quer dizer. Ainda não escrevi nada em inglês por aqui, penso se será uma boa idéia.

Mas é claro que eu penso no conforto da leitura, esse deveria ser o primeiro ponto de todos os escritores. Tudo bem, vou continuar a meu modo. Não escrevi em inglês e escrevo somente em português, porque a objetividade deste é deveras maior que daquele.

Não faço descrença com minha segunda língua predileta, só acho que para frases bonitas ela é perfeita, mas para textos, ela não é muito útil. Quem sabe um dia eu consiga fazer um bom texto em inglês, ou até mesmo traduzir meus textos já existentes, mas até lá continuarei sendo monolingue. Não quero ser reconhecido internacionalmente pelo que escrevo ou pelo que penso, mas a consideração dos amigos e conhecidos, isso sim eu valorizo.

Espero que este projeto, meu e da Marcela, dure por muito tempo. Estou pegando o gosto por escrever meus pensamentos. Me parecia inútil no começo, mas agora se tornou divertido. Estou realmente gostando do que faço, não da escrita em si, mas do trabalho final como um todo, tanto o meu quanto o da Marcela.

Outro gosto que adquiri, por causa dos meus textos, foi o da fotografia. Fascinante esse mundo. Preto e branco, colorido, desfocado, ângulos obscuros. Gosto de todos os jeitos, mas ainda não consegui gostar de me ver nas fotos. Trauma, quem sabe um dia passe. Pretendo comprar uma câmera em breve, pois assim poderei postar somente fotos minhas no Blog. Por enquanto uso fotos de outras pessoas, a não ser recentemente, que resolvi colocar uma foto pessoal em um post. Ficou legal, se bem que eu poderia ter caprichado um pouco mais na edição.

Queria agradecer ao meu Sábio amigo Miguel, por ter dado a força que eu precisava e também pontos de inspiração soltos, os melhores. A todos que lêem o nosso Blog, sintam-se a vontade para comentar, opinar, pedir assuntos, criticar e nos copiar, com os devidos créditos, claro. Obrigado por lerem o nosso Blog.

Mortes e Mentes.


Nada por subversão, ao espírito que rege, nada por inconstância, aos homens que seguem. O futuro tende a não ser promissor, mas a tentativa é a maior das dádivas. Não queria ele erguer-se de um trono, feito rei, onde tudo comandava e tudo observava. Mas as escolhas feitas outrora fariam com que a benção divina sobre ele lançada se desvanecesse de tal maneira que ele nem sorte teria mais. Ele fora abençoado, mas a punição divina dói de modo aquém dos homens. Ninguém agüentaria um minuto de fúria celestial sobre um céu gasto pelo tempo, onde homens morreram e pragas foram rogadas.

Tudo está fora do lugar. Ótimo. A natureza segue seu curso. Mas os deuses têm ódio e isso não pode durar muito tempo. A ação de um único homem, este fadado a destruir o mundo ou salva-lo. Uma escolha difícil para quem vem de um lado neutro. Mas nada o mete medo. O lado mais difícil, esse sim parece interessá-lo. Salvar a humanidade não parece muito apetitoso, mas quando se sabe que nem mesmo os humanos fazem algo para se salvarem, torna-se deveras astuto optar por esse lado.

As crianças choram, ninguém sabe por quê, nem mesmo elas. A mãe desesperada a procura de um consolo para seu único filho que sofre no leito de morte. Últimos momentos e ele só quer dormir. A humanidade é assim. A mãe chora, as crianças olham. Está tudo no lugar.

Os últimos dias são sempre os mais interessantes, ninguém lembra o que aconteceu em tempos aquém desses. Não deveriam lembrar. Não lembram. Tudo bem, eles sabem que o futuro é árduo, que a subliminariedade rege a todos. Não há por que lutar, nada vai mudar mesmo, nunca muda.

Nós sempre lutamos com nós mesmo. Nunca fez diferença. Nunca mudamos. Não adianta dizer que você mudou. Você não mudou. Quem sabe, no maximo, assumiu uma forma mais verdadeira, soltou seus mais obscuros desejos ou algo assim, mas mudar realmente, isso não acontece. As pessoas não mudam, o que falar do mundo. Nada muda.

Lute, sua perseverança fará diferença, não para você, mas para os outros. Sabe-se que a perseverança, assim como a esperança, não leva a nada. Espere e verás que nada mudará, nem mesmo um grão de areia muda. Nada se muda, tudo se rearruma. Desse modo a humanidade pode se matar sem ser perturbada por ela mesma. Não há o porque se preocupar com a situação, é natural.

Diga-se de passagem, a tradição foi quem fez com que a humanidade perecesse no próprio vomito. Nada em familiar, nem todos deveriam pertencer a humanidade. Meros mortais, nunca souberam usar o que mais de valor lhes foi oferecido: a inteligência. Morreram todos de uma mesma maneira, sem deixar marcas.

Sei que uso palavras fortes e árduas. Mas é assim que as coisas devem ser. Ninguém faz nada à força, mas mostre apenas o poder, sem usá-lo, e todos lhe obedecerão de maneira nunca antes vista. As coisas não estão mais no lugar como estavam outrora. A aurora não mais nos delicia com sua graça. Tudo está morto. E ninguém se importa.

Morremos todos, por ignorância de nós mesmos.

Nada.


Bom, hoje resolvi escrever sobre nada. Ah, o nada cara.

Tão simples, tão complexo, tão simplório, tão lindo e tão mortal. Isso é o nada. Nunca nos damos conta, mas no fundo buscamos o nada. Não o nada de tudo, mas para muitas partes da nossa vida, as partes que não queremos e as que mais queremos. Não é contraditório não, pense que, quando não gostamos de uma coisa, queremos que ela suma, e quando gostamos demais de outra certa coisa, nós queremos sumir. É simples.

Nada. Que palavra magnífica. Tantos sentidos, tantos entendimentos. Nada deveria ter outro significado. Sei lá, algo do tipo “muita coisa”. Imagine a cena “Tem muita gente na festa?” “Têm nada.” “Oba! Tô indo aí.”. Seria no mínimo engraçado.

Mas e quanto a nossa vida? Estaria ela cheia de coisas? Ou não haveria nada? Um vazio quem sabe? Vai se saber, se estivéssemos no século XV ou XVI talvez, poderíamos nos tornar pensadores e viver somente para descobrir a resposta para essas perguntas. Mas hoje em dia é um pouco mais complicado. Temos que trabalhar para manter as crianças.

Enfim, a magnitude do nada não pode ser expressa nem entendida. Sei que muitos dos que lêem o que escrevo, e principalmente aqueles que também escrevem, sabem do que falo. Não há bons textos sem um nada. Não há bons diálogos sem um nada. É magnífico. Não tente compreender o nada, apenas reverencie-o. Será fácil e lhe trará segurança. Certo, admito que facilidade e segurança não nos importam, desde que sejamos o que queremos ser, do modo como queremos ser.

Nada. Admito que esse texto é sobre nada. Seu titulo é “Nada.”. Mas percebeste algo? Como um texto sobre nada englobou tantos assuntos? Como um texto sobre nada que englobou tantos assuntos conseguiu fazer você parar para refletir por alguns instantes? É disso que eu falo caros leitores, a magnitude do nada mora nas pequenas coisas, aquelas que não vemos, aquelas, que por sua inconstância, não são nada.

Comemora?


Pós dia dos namorados. Um dia feliz pra todas as namoradinhas realizadas. Não sei o que significa, só sei que vejo estampado no rosto da maioria delas. Você pode até pensar que isso é um comentário um tanto machista, mas não é a intenção. Sei que namoradinhos também estão realizados e felizes, ao menos os normais. Mas há um fato que me intriga: ‘Qual o motivo dessa feliz realização?’ Dia dos namorados é só mais uma comemoração. Todo reencontro de enamorados é uma realização, a meu ver. O fato de ter um dia marcado no calendário não torna um momento especial. Para pessoas interesseiras talvez, dia de ganhar um presente, mas isso é medíocre perto da emoção que o dia traz. Sim, ele traz uma emoção, nunca disse que não. Mas enfim, dia dos namorados é só uma marcação no calendário.

A magnitude do dia dos namorados é o cavalheirismo do companheiro, talvez você finja que não percebe, mas sabe que há um ‘Q’ a mais. Essa história de que “Ele é um príncipe” é balela, ele pode ser delicado, carinhoso, e tudo mais, mas príncipes só nos países hierárquicos e olhe lá, são príncipes de fachada.

Nesse dia tanto ele como ela se tornam mais afetivos e delicados. Tudo é azul e os momentos são perfeitos. O problema é que é sempre assim, ao menos comigo. Não é uma comemoração que nos desperta romantismo. Não tem explicação. Lamento se com você é diferente, acho que é hora de rever conceitos sobre seu companheiro.

Às namoradinhas desejo felicidade, aos namoradinhos romantismo. Parabéns por mais uma ridícula marca no calendário.

A Felicidade.


Quer ser feliz? Seja bonito. Nada se ser legal com a sociedade, rígido com a conduta, verdadeiro. Nada disso. Seja bonito. Você já viu alguma pessoa que seja bonita e que não é feliz? Claro, há casos e casos. Mas acontece em noventa por cento das vezes.

Muitos pensam que para ser feliz tem que achar a pessoa amada. Convenhamos, ninguém ama pessoas feias. Pessoas feias são usadas. Você esta triste, você até desabafa com pessoas feias, mas só as bonitas sabem seus segredos. Pessoas feias servem para ficar durante a balada enquanto se está bêbado, pessoas bonitas são paqueradas por mais de dois.

Há ainda os que pensam que dinheiro traz felicidade. E traz sim. Mas você já viu algum rico feio? Claro, com oitenta anos ninguém é mais bonito, mas nesses casos veja a pessoa que está ao lado deste rico para aplicar o golpe do baú, sempre são bonitas.

Não cara, eu não escrevo balelas. Se és bonito, sabes do que falo. Sempre teve regalias. Se és feio, sabes também do que falo. Sofres não?

Essa velha conversa de que as pessoas se importam com a parte de dentro, isso existe sim, mesmo assim a pessoa perfeita por dentro e estragada por fora não consegue parceiro algum. É a realidade.

Moral da história: Seja bonito. Não importa o custo, seja bonito. Sua vida melhorará. Só não se esqueça de uma coisa: Seja bonito sim, mas continue tendo cérebro. A maioria das pessoas bonitas esquece o coitado, deixa de usá-lo. Seja uma pessoas bonita e inteligente, sei que não é fácil, mas tente. Afinal é isso que procuramos não?

Ah, e não se esqueça de ter dinheiro. Caso tenha nascido feio e não tenha mais jeito de ficar bonito, tenha dinheiro. Ele é que torna as pessoas mais bonitas do que parecem. Seja muito bonito ou feio e rico, só assim serás feliz.

Duvidas Cruéis da Vida.



- E então qual deles?
- Vai com o outro.
- Esse?
- O outro.
- Mas esse não fecha muito bem com a situação.
- Mas é mais elegante.
- E é para ser elegante uma hora dessas?
- É para ser elegante sempre.
- Certo.
- Certo.
- Não gostei, vou com o outro.
- Não cara, vá com esse.
- Quero ir com o outro.
- Então vá.
- Irei.
- Vá.
- Mas se bem que o outro é mais bonito né?
- Foi o que eu disse.
- Deixe-me ver.
- E?
- Ainda não sei. Estou confuso.
- Confuso? Como pode estar confuso quanto a isso!
- Estou confuso e pronto.
- Cara, você dá medo.
- Só por que estou confuso?
- Isso mesmo.
- Você que acha que tudo é frescura.
- Não acho não.
- Acha sim.
- Então eu acho.
- Eu sei.
- Mas que você dá medo, isso dá.
- Para com essa história e me explica por que eu dou medo.
- Como se tu não soubesse.
- Não sei mesmo. Fale.
- Cara! Você está na frente do espelho, falando consigo mesmo, porque não sabe com que terno ir, no enterro de uma mulher que você mesmo matou! Isso dá medo cara!
- Se você não fosse a outra parte da minha mente, juro que eu te matava também.

Calendário.


Dias, hoje é dia disso, amanhã é dia daquilo, depois de amanhã é dia daquele outro. Pra que tanta comemoração? Não, eu não reclamo, pelo contrário, adoro quando caem em sextas ou segundas, feriadão certo. O problema é a poluição que isso causa. Calma, isso não é um apelo ecológico. Pensa comigo: Em abril, por exemplo, quase todo dia tem uma comemoração e, quase todos os finais de semana são feriados, ao menos esse ano. Chegou um ponto em que as pessoas já nem sabiam o que tinha que fazer naquele dia. Era uma confusão.

Feriados e datas comemorativas são ótimos, mas com moderação. Me diz, pra que comemorar dia de santo? É pura falta do que fazer, não acha? Não critico os religiosos, nem sou descrente por isso, mas acho uma puta hipocrisia essa história de dia do santo tal. Pega um baita traficante, que já matou uns vinte na faca, trinta com bala na cabeça, fora os que morreram por causa da droga que ele vendeu. Tu acha que ele come carne de porco em dia de corpus Christ? Ele não abre mão do peixinho nesse dia, é sagrado, diz ele. E naquelas procissões, sempre tem um bando de gente pedindo coisa pro ‘santo do dia’, só sabem pedir. Vai analisar a vida de cada um que pede, tudo pecador! Nenhum merece um ovo do tal santo. E vem-me dizer que é errado comer carne em dia de Corpus Christ, que não se escuta música em dia de finados, que tem que jogar flor no mar pra Iemanjá te dar um bom ano, que tu tem que pular sete ondas pra dar sorte, e mais um monte de idiotices que a sociedade nos impõe. O caralho pra essa sociedade. Tu é livre, cara. Tu não vai deixar de fazer o que quer por causa de uma porcaria de comemoração.

Talvez eu seja incompreendida, mas o que tento dizer é que, tudo isso é imposto pela sociedade, não é porque o santo tem um dia que ele vai fazer milagre, e tu não vai ter sorte no amor se usar vermelho no ano novo. Isso é mídia, eles te fazem acreditar nessas crendices pra vender, ou pra pegar teu dinheiro de algum modo ou pra amenizar o fardo da igreja.

Afinal, haja santo pra tanto pedido.

Amores.


Ah sim, o Amor. Não há razão para não aceitá-lo, mas há razões para que ele seja temido. Esse sentimento, talvez o mais destrutivo de todos, está sempre presente. Não importa se ele se refere a uma pessoa, a uma vida, a um objeto, não importa, todos amam alguma coisa, nem que seja não amar nada.

Mas se esse sentimento é tão perigoso como escrevo, então por que ansiamos tanto para descobri-lo em nós mesmos? Não há resposta. Quem sabe se soubéssemos um pouco mais sobre ele, ou se o entendêssemos um pouco mais. Mas não o entendemos, não o compreendemos, não o conhecemos e muito menos sabemos por que ele acontece. Mas creio que é justamente isso que o torna tão magnífico: o mistério. Sempre ansiamos por aquilo que não conhecemos, por aquilo que ainda não experimentamos, por aquilo que nunca se fez presente em nossa vida.

Mas se não o conhecemos, mas sabemos que ele é destrutivo, por que o ansiamos do mesmo modo? Não sei. Nem quero saber. Isso tiraria toda a graça da coisa. As pessoas amam e pronto. Isso não vai mudar. Ninguém que ama quer que isso mude. A magnitude do amor não foi feita para ser compreendida, estudada ou analisada.

Ah sim, o Amor. Você já o sentiu hoje? Não? Não se preocupe, é melhor assim. Todos que pensam que sentem o amor, não sentem mais do que afeição. E afeição é apenas um passo para o nada. O amor verdadeiro não se sente o tempo todo, nem é percebido quando se deseja. O amor verdadeiro é aquele que, quando você esta andado na rua e vê outra pessoa passando ao longe, faz com que a sua cabeça diga para você “Você a ama.”, e não é algo que se pode controlar. Apenas acontece.

Há os que se apaixonam mais facilmente e há os mais reservados. Não sei qual dos dois domina o mundo atualmente, afinal, torna-se cada vez mais difícil distinguir o amor da afeição. Nada de sentimentos verdadeiros. Deixe a luxuria dominar. É isso que o mundo ensina.

Tenho total convicção para dizer que Amo. Amo com muito afeto eu diria, mas não é afeição. Já passou disso à muito tempo. É Amor, do mais puro e verdadeiro Amor. Não peça para que eu lhe ensine. Nunca gostaria do resultado.