Amores.


Ah sim, o Amor. Não há razão para não aceitá-lo, mas há razões para que ele seja temido. Esse sentimento, talvez o mais destrutivo de todos, está sempre presente. Não importa se ele se refere a uma pessoa, a uma vida, a um objeto, não importa, todos amam alguma coisa, nem que seja não amar nada.

Mas se esse sentimento é tão perigoso como escrevo, então por que ansiamos tanto para descobri-lo em nós mesmos? Não há resposta. Quem sabe se soubéssemos um pouco mais sobre ele, ou se o entendêssemos um pouco mais. Mas não o entendemos, não o compreendemos, não o conhecemos e muito menos sabemos por que ele acontece. Mas creio que é justamente isso que o torna tão magnífico: o mistério. Sempre ansiamos por aquilo que não conhecemos, por aquilo que ainda não experimentamos, por aquilo que nunca se fez presente em nossa vida.

Mas se não o conhecemos, mas sabemos que ele é destrutivo, por que o ansiamos do mesmo modo? Não sei. Nem quero saber. Isso tiraria toda a graça da coisa. As pessoas amam e pronto. Isso não vai mudar. Ninguém que ama quer que isso mude. A magnitude do amor não foi feita para ser compreendida, estudada ou analisada.

Ah sim, o Amor. Você já o sentiu hoje? Não? Não se preocupe, é melhor assim. Todos que pensam que sentem o amor, não sentem mais do que afeição. E afeição é apenas um passo para o nada. O amor verdadeiro não se sente o tempo todo, nem é percebido quando se deseja. O amor verdadeiro é aquele que, quando você esta andado na rua e vê outra pessoa passando ao longe, faz com que a sua cabeça diga para você “Você a ama.”, e não é algo que se pode controlar. Apenas acontece.

Há os que se apaixonam mais facilmente e há os mais reservados. Não sei qual dos dois domina o mundo atualmente, afinal, torna-se cada vez mais difícil distinguir o amor da afeição. Nada de sentimentos verdadeiros. Deixe a luxuria dominar. É isso que o mundo ensina.

Tenho total convicção para dizer que Amo. Amo com muito afeto eu diria, mas não é afeição. Já passou disso à muito tempo. É Amor, do mais puro e verdadeiro Amor. Não peça para que eu lhe ensine. Nunca gostaria do resultado.

Um comentário:

Miguel Sacri dos Anjos disse...

Simples como um verso, verdadeiro como a simplicidade, fatal como a verdade.

Pensa da seguinte forma, e não é "Lê o que eu vou escrever e deleta da tua cabeça no instante seguinte", é PENSA MESMO nisso que vem a seguir:

É possível escolher não amar. Isso não é uma suposição, é fato. E nem é tão difícil quanto pode parecer, eu garanto que qualquer semtimento pode ser dominado. OK, mas pra isso é preciso ESCOLHER não amar. Escolher não amar significa, em muitas estâncias não sofrer. Veja quanto isso é tentador, nada de decepções, nada de rejeição, nada de insegurança, nada de coração partido. Mas e o preço disso? Quanto custa? Custa muito. eu não vou saber descrever o lado positivo do amor, cara, sério, é algo transcedental, além do que eu poderia descrever com as minhas palavras, tão pobres nesse caso. Mas tu sabes de que eu estou falando.

Em suma, por mais que o amor seja destrutivo ele é também compensador, sublime. Quando correspondido e saudável ele vale o preço que cobra. Ele paga a si próprio, ele se basta.

Escolher não sofrer, nesse caso, implica em escolher também nunca ser plenamente feliz. Mesmo que por um instante apenas.

Às vezes a única coisa que dá sentido à sua vida é exatamente o que pode torná-la insuportável. E esse é bem o caso.

Se for pra não sentir nada, a vida não me parece fazer muito sentido, então se for necessário correr o risco do sofrimento para atingir a felicidade... bom, eu já tomei minha decisão quanto à isso. Escolham as suas.