Depois dos agradecimentos, os esclarecimentos.


Quero dedicar este post a Miguel e João, pessoas a quem confio palavra, independente da maneira.
Hora de conceitos aqui. Pessoas inteligentes existem sim, mas não em grande número e nem muitas por metro quadrado. Saber diferenciar as pessoas inteligentes das demais o torna inteligente sim, tentar fazê-lo o torna persistente, nunca tentá-lo o torna burro. Tentar ser inteligente é interessante e até legal, mas nem todo mundo pode, e consegue, ser inteligente, nem todos nasceram para isso.
É possível sim ser inteligente independente das dificuldades adversas que se encontre, sejam elas raciais, econômicas, sociais, genéticas, enfim, se você não é inteligente não ponha a culpa na sociedade ou porque você é negro, isso pode até dificultar, mas não é um fator determinante.
Mais uma coisa, pode sim uma pessoa inteligente se tornar burra ou menos inteligente, mas admito, só apoio essa hipótese porque acho que está acontecendo comigo. Não há níveis de inteligência, creio somente nos níveis de interpretação das coordenadas que a vida nos dá.
Não culpe os outros pela sua negligência ou ignorância, o culpado é somente você. Não tente se passar por aquilo que você não é, independente de ser um inteligente se passando por um burro ou vice-versa, além de deixar claro que você é inseguro, pode destruir sua reputação.
Uma vez inteligente sempre inteligente, apesar de que os níveis podem baixar – uma vez burro, há cura. Quer se tornar inteligente? Exercite sua mente. Muitas pessoas nascem ‘prontas’ para serem inteligentes, outras precisam de ‘uma preparação’. Não, você nunca vai saber se você é inteligente ou não por conta própria, esse tipo de característica só pode ser dada por uma pessoa indiferente a você.
Outra coisa interessantemente chata, você sempre achará que é um dos mais inteligentes do seu grupo, sendo isso verdade ou não. Isso pode ser bom ou ruim, depende somente se a pessoa saberá usar isso a seu favor. Interpretação boa não é sinal de inteligência, afinal, já está mais que provado que cada um tem o seu ponto-de-vista, opinião e interpretação sobre certo fato, o que impossibilita a existência de um padrão que possa vir a ser ‘a escolha certa’.
Espero ter deixado claro o meu ponto-de-vista sobre coisas desse mundo a qual eu tento viver e entender. Sendo esse o mundo que é ou só o que eu acredito, para mim não faz diferença, afinal tudo é parte daquilo que defino como ‘meu mundinho’. Incluindo meus Blog’s, um de realidade ficcional e outro de ficção real.

OBS: Para que pensar que é mais inteligente do que os outros quando você pode, simplesmente, ser mais inteligente que eles? A aquilo damos o nome de ‘necessidade de auto-afirmação’ e a isso o de ‘inteligência conciliada à sabedoria’.

OBS²: Apesar de não crer em níveis de inteligência, acredito que haja ‘tipos’ de inteligência, o que poderia explicar, em parte, diferentes modos de raciocinar para se chegar a uma mesma resposta ou até mesmo os pontos-de-vista diferentes.

OBS³: Você é inteligente? Se for me liga, tá difícil achar gente assim ultimamente.

Agradecimentos.


Aos corações amargurados das crianças que já não mais brincam de bola como antes.

Aos amantes lívidos que agora sentam e esperam o chá das cinco.

Aos desesperados que aguardam a hora certa de explodir e levar tudo consigo.

Aos constrangidos que desejam do fundo dos seus corações ficarem sozinhos.

Aos pobres que, por certa razão, não sabem ao menos ler o que aqui escrevo.

Aos de boa e má índole, afinal cota só para negros, pardos e indígenas.

Aos homens que apertam mãos com força, só para provar o que não têm.

Aos seres obscuros e invisíveis que somem ao primeiro sinal de qualquer coisa.

Aos que sabem aquilo, ao que não sabem, aos que querem saber e aos que engatinham.

Aos que buscam sonhos, metas, realizações, quem sabe até, planos.

Aos que querem ter uma vida digna, independente do que pareça para os outros.

Aos de, por decência, influencia ou vocação, são de fé verdadeira.

Aos que, por mais que tentem, não conseguem acreditar no que os outros dizem.

Aos nobres, servos, vassalos, escravos, mercadores, rainhas, reis, cães e coelhos.

Aos reais, imaginários, abstratos, contemporâneos, céticos e verdadeiros.

Aos calhordas, aos infames, aos puros, aos secos e frios, aos inventáveis.

Aos que, de alguma maneira, me fizeram pensar.

Aos que se propuseram a me desafiar, aos que tentaram e também aos que conseguiram.

Aos que querem, aos que irão querer, aos que queriam, aos que não sabem conjugar.

Aos sins, aos nãos, aos ‘talvez’, aos ‘quem sabe’, aos ‘um dia’,

Aos que me ouviram, aos que me viram, aos que me escutaram e aos que me leram.

Aos que me aturaram, aos que me fortaleceram, aos que me destruíram.

Aos que sabiam, aos que iriam saber, aos que sabem e aos que ainda tentam saber.

Aos que amei, aos que amo, talvez até aos que amarei,

Aos fictícios, aos naturais, aos gráficos, aos geográficos, aos esquematizados.

Aos que dançaram, aos que cantaram, aos que compôram.

Aos que me ajudaram, aos que atrapalharam, aos que opinaram.


Meu muito obrigado.

Banana tem caroço?


Eu tenho tanta coisa para escrever que eu simplesmente não consigo fazê-lo.
Essa última semana foi realmente difícil e conturbada, sem falar em outras coisas chatas que só deveriam acontecer às vezes. Enfim, ela acabou. Por sorte, outra acaba de começar. Mais uma semana agüentando tudo o que tenho que agüentar. Aquele tipo de coisa que não se pode mudar, que não se pode opinar sobre, que só se pode agüentar mesmo. Lamento muito por ainda existirem coisas assim. Vou levando como posso.
Minha vida pessoal parece deixada de lado agora que tive o tempo necessário para pensar em mim. Meus anseios, meus sonhos, minhas vontades e vaidades – todos foram deixados de lado por uma semana. Nada que mude o passado, mesmo porque eu não quero. Mas isso tudo o que me ocorreu não foi nada comparado ao que tive de presenciar deveras vezes: a ignorância.
O sonho de todo o rato não é ser o gato, e sim ser o cachorro.
Assim eu me sinto, um gato. Não, não me sinto o rato, mas também não me sinto o cachorro, não há compatibilidade com ambos. Caço e sou caçado, engano e sou enganado, tiro proveito e sou aproveitado. Um dia da caça outro do caçador, afinal. Não me apego a esses ditados ditos populares. Não me importo em como ficarei na sociedade, desde que eu esteja no topo da pirâmide.
Uma sociedade que já não se importa com valores tradicionais – quem se importa? –, que já não respeita os outros, seja como um todo ou individualmente. Se isso ocorre com tal freqüência por que eu, um nada no meio de muitos, iria jogar o jogo deles a fim de me tornar só mais um vassalo? Não me permito derrapar nessas estradas que eles pavimentam com moedas de prata, permito-me sim um excesso de velocidade, de modo a sair dali mais rápido, sem falar na adrenalina resultante.
Enfim, a ignorância impera e me incomoda cada vez mais. Quando eu era menor sempre me irritava quando alguém me corrigia, mas hoje eu agradeço aos que, de modo astuto ou não, o fizeram. Já não consigo mais ficar indiferente perante um erro claro. Já disse minha mãe – Para de me corrigir guri, tu nem experiência têm. Não tenho mesmo, mas será que isso faz diferença a essa altura? Não, não faz. Eles não querem mais a experiência, Eles querem a sábia juventude, que está mais sábia do que nunca.
Dominação global não é mais aspiração, é realidade.
Eles não quiseram abrir os vidros do carro para não estragar o penteado, mas nós abrimos o vidro somente para que nossos penteados pudessem ser desfeitos.
A realidade? Nós lá e eles cá. Assim como num carrossel, giramos num mesmo eixo ao encontro do nada inevitável. Grande coisa que morramos um dia, isso não significa que não podemos aproveitar até lá. Pelo contrário, diz justamente que, já que temos uma vida curta, temos que cumprir nossos deveres cedo, para assim, e só assim, termos uma vida adulta descansada. A velhice só serve para se jogar xadrez e virar modelista.
Não queira me entender, afinal, você já o fez.

Olimpíadas olímpicas.


Então chegou-se ao ponto onde eles já não mais agüentavam. Caminhar era a coisa mais difícil do mundo para eles. Suas coragens e honras não os deixavam parar ou voltar. Estavam fadados a prosseguir.

Muitos já não agüentavam mais toda aquela pressão sobre eles exercida, mas continuavam ali firmes e fortes, como se nunca tivessem sido abalados. Eles iriam até o fim independente do que acontecesse. Nunca uma maratona foi tão sofrida.

Uma olimpíada que poderia ser uma olimpiada. Assim é Pequim agora, uma piada. Uma nação grande, só a maior, preparou uma festa imensamente grande, gastando na casa dos 50 bilhões de dólares, só para provar para o mundo que não eram capitalistas. Grande jogada.

Esse ano a olimpíada poderia ter outro nome, coisas como Olimpíadas Forçadas de Pequim 2008, ou quem sabe Olimpíadas Escravistas Pequim 2008. Nunca antes na história das olimpíadas – como diria nosso desdedado presidente – houve uma olimpíada onde tanta gente foi forçada a fazer o que não queria, e o pior, sem receber nada em troca, a não ser a gratidão do governo – que cá entre nós não vale nada.

Mas tudo bem, para quem viu a abertura dos jogos, foi um grande espetáculo. O mundo inteiro se impressionou com a simetria de mais de mil chineses em seus tambores sagrados. Foram dez meses de intenso treinamento, mais de dez horas por dia, sete dias por semana, trinta dias por mês. Mal suas famílias, as partes que também não estavam envolvidas, puderam vê-los. Os atletas foram tratados como prisioneiros de guerra: sem família, sem mordomias, sem entrevistas, sem descanso. Será que isso tudo valeu a pena? Será mesmo que valerá tanto assim a pena provar para o resto do mundo que eles são um país livre?

Eles não conseguem passar a imagem de livre nem de longe. Lendo, habito, descobri que existem, pelo menos, cinco cidades chinesas que são exclusivamente capitalistas. Nada a comentar sobre elas, só que suas populações, em geral, são acima dos dez milhões de pessoas.

Estaria a China tomando o caminho certo ou só disfarçando outro erro iminente? Não sei se viveremos para saber ou se morreremos por saber.

Dores por lugares escuros.


Queria começar isso pedindo desculpa pela demora das minhas postagens. Ultimamente ando sem tempo para absolutamente nada, consequentemente o Blog atrasa. Mas nem se preocupem, afinal esse texto será uma droga mesmo, nem fará diferença.

Enfim, esses dias estava eu dando uma boiada pela internet e me deparei com algo no mínimo inusitado: uma reportagem com relação a uma foto de um casal de astros ‘hollywoodianos’ ‘mostrando’ seus bebês. Isso por si só seria uma falta do que fazer, se não fosse um, no mínimo curioso, fato sobre a foto: ela era a, até então, foto mais bem paga por paparazzis. O valor? Não me recordo corretamente, mas gira na casa dos milhões de dólares.

Quanto você pagaria para ter uma foto de um desconhecido?

Quanto você pagaria para ter uma foto de alguém que você só vê pela televisão ou cinema?

Quanto você pagaria para ter a tal foto da reportagem?

Deparei-me com um dilema no fim: estaria certa a empresa que comprou a foto?

Primeiro pensei que havia sido uma grande burrice, afinal quem iria querer ver tal foto? Depois pensei “O povo é tri burro mesmo, pagará para ver a maldita foto.”. Certo, certo. Mas a que ponto chegamos. Um casal famoso, que é considerado exemplo no mundo todo, seja profissional ou como pessoas, vender uma foto de seus filhos, gêmeos se não me engano, por um valor fora do comum? Certo eles, têm mais é que aproveitar mesmo. Porem, acabei lendo em outra reportagem que esse mesmo casal doara todo o dinheiro ganho com a foto para uma instituição beneficente da África. Afinal, que diferença isso faz? Para que servem instituições beneficentes na África se o problema por lá é SIDA, e em alguns lugares fome?

“Ah, mas são essas instituições que dão comida aos necessitados.”, pode até ser, mas de que adianta dar o que comer a uma pessoa, em geral crianças, sabendo-se que ela tem SIDA e que morrerá em pouco tempo? Por que ninguém pensa em investir esse mesmo dinheiro em laboratórios médicos onde se busca a cura para a SIDA, para os cânceres ou até mesmo para os vírus comuns como o do resfriado?

Porque gera lucro e fama. Imagina se descobrissem a cura da SIDA amanhã? Ou a do câncer quem sabe? Imagine quantos laboratórios farmacêuticos iriam falir, pois muitos só produzem coquetéis para a SIDA? Pura questão de marketing. Esse casal de ‘hollywoodianos’ está é muito certo por vender as suas fotos, já que a revista que as publicar ganhará muito mais.

Conclusão disso tudo: sempre que compramos uma revista de fofocas estamos dando um pouco de comida para um africano e adiando ainda mais a descoberta da cura para doenças venéreas. Qual você escolheria: cura para a SIDA ou mais uns anos de vida a um meio milhar de africanos que, mesmo que sobrevivam com o que ganham, não tem nenhuma perspectiva de vida?

E não, isso não é um trote.