Nem tudo acaba em pizza.


- Cara, hoje foi muito tri.
- Foi? Por quê?
- Ah velho, foi demais. Todo mundo olhando, eu lá, reluzindo. Parecia um rei.
- Babaca.
- Que foi cara?
- Babaca.
- Que foi porra?
- Nada não.
- ...
- ...
- Tô esperando.
- Esperando o quê?
- Que tu me diga o que foi.
- Nada cara.
- A gente já não conversou sobre isso?
- Isso o quê?
- Sobre eu ter sido escolhido para representar a banda ao invés de ti.
- Mas quem tocou nisso?
- Babaca.
- Tá, eu tô com ciúmes sim e daí?
- E daí? E daí o baralho! Não tem o porquê ter ciúmes.
- Como não? Só na nossa banda acontece isso. Onde já se viu o baterista ser mais importante que o guitarrista que também é vocal?
- Mas eu não sou mais importante que tu. Somos todos importantes para a banda.
- Mas por que tu representa a banda e eu sou só o guitarrista vocal? Eu deveria representar a banda.
- Para com esse ciúme infundado cara. Eu não sou teu inimigo, sou teu parceiro.
- Ah sim, meu parceiro, parece mais um rival.
- Não fala isso.
- Falo o que eu quero.
- Então, por que tu não dá a próxima entrevista?
- Como assim?
- É, ao invés de eu dar a entrevista, tu vai no meu lugar. Que tal?
- Aahh... Melhor não, tá todo mundo te esperando.
- Ah sim, faz todo esse escândalo por nada, e agora recusa o convite para ser o “melhor” da banda?
- Mas eu não sou e nunca serei o melhor da banda.
- Ninguém é o melhor da banda e ponto.
- É sim.
- Quem?
- Tu.
- ‘Calaboca’. Pega uma bolachinha aqui e fica quieto.
- Hum, adoro Trakinas de morango.

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