Canetas, lapis, lapiseira.


Sentado aqui nessa cadeira os dias passam. Dias infames, dias iguais, dias insólitos, nada mais que dias. As semanas também passam. Os meses. Tudo passa e nada muda. A qualidade das visões, das ações ou até mesmo dos pensamentos não muda. Nada muda.

Não ter nada para fazer é um saco, começasse a reparar em coisas que antes nem se sabia que existiam. Hoje mesmo, estava eu reparando uma caneta. Uma caneta normal, daquelas famosas sondas alien da BIC. Nada de mais em uma caneta, mas imagine se ela pudesse contar tudo que já presenciou. Imagine-a contando tudo que já escreveu, tudo que já desenhou ou até mesmo tudo que já ouviu. Coisas simples da vida ao qual não damos valor nos momentos certos. Não, eu não estou mais falando da caneta, ou estou se você parar para pensar.

Há pessoas que tratam as outras como canetas, elas as usam somente quando precisam. Você nunca viu ninguém ir passear com sua caneta favorita, ou mesmo trocar o refil de uma caneta já gasta. Talvez a amizade seja como uma caneta, o que muda é o tamanho do refil. Mas voltando, essas “pessoas canetas” nem sempre sabem que estão sendo usadas, ou pior, há as que sabem e deixam por isso mesmo.

Todos já fizemos uma pessoa de caneta uma vez na vida. Uma vez não, duvido que haja pessoas que fizeram isso menos de três vezes. Enfim, isso não é mais errado. Ninguém dá mais importância a isso. Ninguém é grande se não tiver varias canetas.

Porem nunca se esqueça, assim como as canetas podem escrever seus mais felicitosos pensamentos, elas também podem estourar no seu bolso quando você mais precisa. Não se esqueça de tampá-las bem, isso evita o ressecamento das pontas.

Um comentário:

Miguel Sacri dos Anjos disse...

Cara, isso é "do mau". Tem certeza que é uma boa alertar as pessoas sobre isso?