Também não esqueço os momentos, pra mim, momentos são muito importantes. Guardo tudo dentro de mim, como se eu fosse um baú. Como se algum dia alguém fosse me abrir e revirar o que tenho dentro. Como se tudo o que guardo fosse precioso. Como se tudo fizesse sentido. Como um baú faz sentido. Como um baú é precioso.
Para mim, o que, realmente, faz sentido é guardar os momentos de outrora, para depois lembrar e sentir as sensações mais puras que essa vida me oferece. Sentir a mesma alegria que senti ao ganhar um ursinho de pelúcia do namoradinho da infância; sentir a mesma cumplicidade que sentia nos dias que passava com aquele irmão, que não é irmão, mas foi o que escolhi pra ocupar o lugar de um; sentir o mesmo carinho que senti ao perceber que aquela amiga do colegial era a melhor e estaria sempre comigo; sentir o mesmo aperto no peito que senti ao sair do colegial e entender que aquele era só o primeiro passo para algo muito melhor; sentir a mesma angústia que senti ao deixar amigos para trás; sentir o mesmo alívio que senti ao perceber que nem tudo estava perdido; sentir a mesma felicidade que senti pela primeira vez que cortei o cabelo por conta própria; sentir o mesmo frio na barriga que senti ao conhecer ele; sentir o mesmo afago que senti quando chorei por amor, no colo daquele amigo; sentir que o mesmo amigo ainda é amigo e será pra sempre ‘O’ amigo; sentir a mesma felicidade que senti quando ele descobriu que não havia escapatória, ele seria meu; sentir a mesma liberdade que senti quando saí de casa; sentir o mesmo peso da responsabilidade de me manter fora de casa; sentir a mesma alegria que senti na primeira vez que ouvi um “bom dia, amor”; sentir a mesma ansiedade que senti no primeiro dia na faculdade; sentir que sinto todos os dias uma enorme vontade de sentir mais.
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